O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) repudiou, nesta quarta-feira (22), a onda de conservadorismo que tomou o país e defendeu os educadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) que foram ameaçados por meio das redes sociais devido ao trabalho que fazem sobre sexualidade, diversidade de gênero e educação infantil. Conforme informações divulgadas pela Ufba e pela mídia estadual, uma das docentes chegou a ser ameaçada de morte. A vítima é pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim) – grupo da universidade de estudos sobre gênero e sexualidade.

“Ser divergente a determinado tempo é um direito, mas ridicularizar, ameaçar e ofender o educador com injúrias é crime. Não podemos admitir que a onda de conservadorismo se sobressaia ao direito à ciência e à autonomia da universidade. A Polícia Federal deve se apropriar desses casos, que envolve ao menos três professores da Ufba, um deles foi ameaçado de morte por trabalhar tema sobre a divisão sexual do trabalho”, frisa Valmir. Assunção salienta que os casos de ameaça e cerceamento de opinião também atingem os estudantes da unidade de ensino, e que os casos já têm acompanhamento da reitoria da Ufba e da Procuradoria Federal.

“O país precisa retomar a democracia e temas considerados tabus devem ter os debates ampliados. Não é coerente a admissão do fundamentalismo, da promoção do ódio. Precisamos defender a autonomia da universidade e da ciência e extinguir preconceitos sociais. As provas já estão sendo coletadas para que a polícia possa ter um norte de investigação, já que não se sabe de onde partem as ameaças”, completa. A professora que foi ameaçada de morte teve o nome preservado pela instituição.

Vitor Fernandes