ASSANHOS SETEMBRINOS
zedejesusbarreto

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O Brasil não suporta o Brasil
O Brasil não respeita o Brasil
O Brasil não aguenta o Brasil
O Brasil não conhece o Brasil
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Afinal, quem somos ?
O mulato baiano André Rebouças, engenheiro e inventor, abolicionista e monarquista nascido em Cachoeira/Ba (13 janeiro 1838), pregava que a verdadeira libertação só aconteceria com a conquista da liberdade individual, da liberdade econômica e da liberdade de associação. Foi parceiro de Luis Gama, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Antônio Bento… e tantos outros na luta contra a escravização dos africanos.
Ele entendia, acreditava que a discriminação e o preconceito só se vencem com educação e cultura. O grito está ecoando, forte e válido, hoje e agora.
Comecemos por compreender a nossa própria história, o caminhar e o fazer da nossa gente pelo oco do tempo. Pois é somente através do conhecimento, do entendimento de nós que podemos desatar os nós… e nos libertar.
Mas quem foi André Rebouças, o que fez, o que disse, o que nos deixou?
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Acorda Bahia !
“No dia em que se escrever a ‘História Geral do Negro no Brasil’, um fato certamente vai chamar a atenção de historiadores e estudiosos. É a incidência de nomes ilustres nascidos na Bahia do século XIX. Tal é o caso, por exemplo, de André Rebouças (1838-1898), Teodoro Sampaio (1855-1937) e Juliano Moreira (1873-1932), três afro-baianos que, ao contrário da tradicional formação bacharelesca de sua época, foram expoentes em áreas de ciência e tecnologia”.
(Considerações do sambista, compositor/cantor, escritor e estudioso de africanidades, o carioca Ney Lopes. Meu agradecimento a Olívia Soares, jornalista, pelo envio do texto)

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No mais …
Os ‘poderosos’ bandidos travestidos de autoridades, plenos de autoritarismos, togados, engravatados e fardados enforcam, asfixiam o país. Desde e até quando? Mal respiramos.
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Outra …
Quando se prende, dá porrada, tortura e mata suspeitos pretos e pobres nas periferias, tudo bem. Rotina. Mas quando se toca a mão nos verdadeiros bandidos de gravata, ah ! Isso é um abuso de autoridade.
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Aldeia global
Os descendentes dos nativos desta ‘terra brasilis’ continuam defendendo sua cultura, seus espaços, a sobrevivência digna. O país é tão imenso que ainda existem tribos, comunidades isoladas vivendo de extrativismo, caça e pesca. Claro, é preciso cuidar, protegê-los de alguma forma da sanha destruidora e gananciosa dos colonizadores, mineradores, madeireiros, pesquisadores, religiosos, políticos … nacionais e internacionais.
Mas o índio quer mesmo é cidadania, oportunidades. Índio não quer apito, espelhos, paparicos de brancos enganadores. O nativo quer ser dono de seu chão, quer plantar, fazer sua lavoura, que seus filhos tenham boa escola, assistência médica… Índio quer se vestir bem, ter televisão bonita, celular, computador, máquinas para lavoura, progredir, ganhar dinheiro, viajar, conhecer mundos …
Nosso índio quer é respeito.
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No mais, não esqueça:
– Tudo aquilo que pode também não pode.

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2 de setembro/2019
zedejesusbarreto é jornalista e escrevinhador