A OTAN e a Rússia devem manter o diálogo político, uma vez que já existem certos pontos de tensão, anunciou o chanceler de Portugal, Augusto Santos Silva, no final de conversações com seu homólogo russo nesta segunda-feira (31).

“Nós também entendemos, sendo um Estado-membro da OTAN, que a Aliança e a Rússia devem manter o diálogo político”, disse o chanceler de Portugal, que preside atualmente o Conselho da União Europeia, ressaltando a importância desse diálogo.

Ele também assegurou que Moscou pode contar com a União Europeia como parceiro confiável nas discussões de assuntos de interesse mútuo.

“Nós estamos vinculados por nossa história, geografia e pela cultura europeia, que é comum para a UE e a Rússia. Por isso, a Rússia pode contar com a União como o parceiro confiável para discutir diversos assuntos de interesse mútuo”, acentuou.

Santos Silva expressou o interesse da UE no compartilhamento de informação, dizendo também que “nós queremos que os processos eleitorais, tanto na UE como na Rússia, corram normalmente, sem interferência estrangeira, e estamos interessados em promover os direitos humanos”.

Segundo o ministro, é importante encontrar uma agenda positiva nas relações entre os países europeus e a Rússia.

Moscou está disposta a restaurar diálogo com Europa

Por sua vez, o chanceler russo, Sergei Lavrov, declarou que Moscou está disposta a restaurar o diálogo com a Europa, mas esse diálogo não deve ser “vazio”.

“Mas ele não deve ser vazio, não deve ser para que os membros da OTAN pronunciem de cada vez, nas reuniões do Conselho Rússia-OTAN, todas essas declarações absolutamente parciais, as quais eles fazem publicamente, acusando-nos de todos os pecados em relação à crise ucraniana, enquanto nós queremos que o Conselho Rússia-OTAN se concentre nas questões de segurança”, disse Lavrov durante a coletiva de imprensa.

Após a reunião dos ministros, o chanceler russo referiu também que o Estado russo apelou à União Europeia para influenciar mais ativamente Kiev para que este cumpra os acordos de Minsk. Lavrov expressou a esperança de Moscou de que o sinal foi entendido.

O chanceler russo também relembrou que a OTAN já por dois anos não considera as propostas da Rússia transmitidas pela linha do Estado-Maior russo e que consistem “no estabelecimento de uma distância, até a qual não devem ser realizados movimentos de aviões das forças aéreas da Rússia e dos países-membros da OTAN e também dos navios de suas marinhas”.

“Foi também transmitida uma proposta para acordar a distância até a qual serão movidas desde a linha de contato Rússia-OTAN os exercícios militares, tanto nossos como da Aliança Atlântica, e uma série de outras propostas concretas”, todas elas ficaram sem resposta, contou Lavrov.

Fonte: Sputnik Brasil