ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA

O presidente libanês Michel Aoun rejeitou a ideia de que uma explosão massiva em Beirute no início deste mês foi causada por uma explosão de um depósito de armas armazenado pelo movimento xiita Hezbollah, com sede no Líbano.

Todas as possibilidades serão investigadas, Aoun declarou ao jornal italiano Corriere della Sera em uma entrevista publicada nesta terça-feira (18). Ele garantiu que o Hezbollah não armazenava armas no porto.

“Impossível, mas eventos sérios como esses iluminam os espíritos e a imaginação”, comentou Aoun.

As palavras do líder libanês ecoaram na mesma direção da declaração feita pelo líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, no início deste mês.

Nasrallah negou as acusações de que seu movimento fortemente armado tinha armas armazenadas no porto de Beirute. Ele disse que o grupo aguardará os resultados da investigação, mas advertiu que se for um ato de sabotagem por parte de Israel, “pagará o mesmo preço”. Israel negou qualquer envolvimento na explosão.

Grandes quantidades de nitrato de amônio armazenadas de forma insegura durante anos detonaram no porto em 4 de agosto, matando 178 pessoas, ferindo seis mil e causando danos na cidade.

Carros com enormes estragos provocados pelas explosões no porto de Beirute, Líbano
© AFP 2020 / PATRICK BAZ
Carros com enormes estragos provocados pelas explosões no porto de Beirute, Líbano

Autoridades em Beirute estão investigando se negligência, um acidente ou “interferência externa” causou a explosão, de acordo com Aoun.

“Embora pareça que [foi] um acidente, quero evitar ser acusado de não ter ouvido todas as vozes”, afirmou Aoun.

Algumas pessoas alegaram ter visto aviões passando pelo porto pouco antes da explosão, observou ele. Embora tais teorias “não sejam muito confiáveis”, elas devem ser ouvidas, de acordo o presidente do Líbano.

Aoun rejeitou qualquer investigação internacional sobre a explosão do porto de Beirute, como muitos exigiram durante os protestos após a explosão. Ele pontuou que o sistema judicial do Líbano requer investigações de questões internas sem a interferência de outros Estados.