Por Redação – Foto Ary Souza

 

Novos dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23), revelam que o Brasil ainda tem cerca de 49 milhões de habitantes sem acesso adequado ao esgotamento sanitário e 4,8 milhões sem água encanada, apesar do crescimento desses serviços nas últimas décadas.

Em relação ao esgotamento sanitário, 62,5% da população vive em domicílios conectados à rede de coleta, enquanto outros 13,2% utilizam fossa séptica ou fossa-filtro como solução individual, consideradas adequadas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

No entanto, 24,3% da população ainda vive em domicílios com opções de esgotamento sanitário mais precárias, como fossa rudimentar ou buraco, vala, rio, lago, córrego ou mar.

Em relação à água encanada, o percentual de brasileiros vivendo em domicílios com canalização interna subiu para 95,1% em 2022, representando 192,3 milhões de pessoas. No entanto, 2,4% da população ainda não tem acesso à água encanada, sendo necessário transportá-la em recipientes para uso.

As desigualdades regionais persistem, com a região Norte apresentando os menores índices de acesso adequado ao saneamento básico. A dificuldade de acesso a esses serviços tem impactos diretos na saúde pública, aumentando o risco de doenças transmitidas pela água contaminada e vetores como ratos, baratas e moscas.

O marco do saneamento básico, sancionado em 2020, estabeleceu metas para a universalização dos serviços de água e esgoto, visando atrair investimentos privados para o setor. No entanto, os desafios persistem, especialmente para as camadas mais pobres da população.