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As contas públicas fecharam o mês de junho com saldo negativo de R$ 194,7 bilhões, informou nesta quinta-feira (30), em Brasília, o Tesouro Nacional.

O déficit primário – despesas maiores que as receitas, sem considerar no cálculo os gastos com juros, do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) – foi explicado pelos efeitos da pandemia de COVID-19 na economia. No mesmo período do ano passado, o déficit primário ficou em R$ 11,8 bilhões.

“Assim como no mês anterior, o déficit de junho é explicado, principalmente, pela redução significativa na arrecadação, combinada com o aumento nas despesas do Poder Executivo decorrentes de medidas de combate à crise da COVID-19, bem como da antecipação do pagamento do 13º de aposentados e pensionistas do Regime Geral da Previdência Social e pagamento acumulado dos precatórios”, informou o relatório o Tesouro Nacional, citado pela Agência Brasil.

No caso das despesas, o resultado foi influenciado principalmente pelas medidas de combate à crise gerada pela pandemia de COVID-19 que somaram o valor de R$ 96,8 bilhões no mês de junho.

“Destaque para o auxílio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade social (R$ 44,7 bilhões), as despesas adicionais do Ministério da Saúde e demais ministérios (R$ 19,9 bilhões), o auxílio emergencial aos estados, municípios e DF (R$ 19,7 bilhões) e o Benefício Especial de Manutenção do Emprego e Renda (R$ 7,1 bilhões)”, diz o relatório.

No primeiro semestre, o déficit primário chegou a R$ R$ 417,2 bilhões, contra R$ 29,3 bilhões em igual período de 2019. Nesse período, a receita líquida apresentou queda de R$ 116,5 bilhões (-18,1 %) e a despesa total cresceu R$ 271,1 bilhões (+40,3%), quando comparados ao mesmo período de 2019.

“É importante destacar que os programas de combate aos efeitos econômicos e sociais da COVID-19 são temporários, com execução concentrada no exercício de 2020. Adicionalmente, como a maior parte desses programas envolve ações de transferência de renda, não se espera que a sua execução gere valores elevados de restos a pagar para o exercício seguinte, como seria esperado no caso de programas de subsídios e/ou de investimento público”, concluiu o Tesouro Nacional.

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