Por Sinjorba – Foto Reprodução
A repórter Priscila Pires e o cinegrafista Davi Melo foram ameaçados nesta quarta-feira, quando trabalhavam no Farol da Barra
Um homem corpulento de meia-idade, trajando bermuda, camiseta e tênis, ameaçou verbalmente e tentou intimidar, na noite desta quarta-feira (11), no Farol da Barra, a repórter Priscila Pires e o cinegrafista Davi Melo, da TV Aratu. A equipe trabalhava na cobertura do ato “Retomada do Poder”, anunciado nas redes sociais por canais bolsonaristas em todo o país, e que não teve adesão em Salvador.
Segundo Priscila Pires, ela e o colega se sentaram na mureta junto ao passeio, para descansar, quando foram abordados pelo agressor, que tentava ridicularizar o trabalho dos jornalistas. Para evitar atrito, os profissionais foram para junto de uma viatura da Polícia Civil. O homem os seguiu, dizendo-se ameaçado, e provocou: se eles tinham a câmera como arma para intimidá-lo, ele também tinha sua arma. Priscila Pires perguntou se ele estava ameaçando a equipe e foi necessária a intervenção de um policial civil, que orientou o desconhecido a deixar o local.
Ataques – Por meio do Instagram, os jornalistas ficaram sabendo que o agressor mantém um perfil na rede, onde se declara bolsonarista e ataca a Imprensa. Segundo denúncias, ele reclamava que na Barra só havia burgueses e que ninguém ali iria fazer uma manifestação. Estava também observando os profissionais à distância e dizendo detestar jornalistas – para ele, todos mentirosos.
As vítimas não registraram um boletim de ocorrência, apesar da agressão gratuita que sofreram.
Profissionais de imprensa foram alvo de agressões físicas e verbais ao longo do governo Jair Bolsonaro e continuam sendo atacados por extremistas de direita, inconformados com a derrota eleitoral de 30 de outubro. Exemplo disso ocorreu no domingo, dia 8, quando pelo menos dez jornalistas de diferentes veículos foram agredidos, ameaçados e tiveram equipamentos roubados por terroristas, em Brasília.
Solidários aos colegas agredidos, o Sindicato dos Jornalistas da Bahia e a Federação Nacional dos Jornalistas permanecem alertas e atuantes para cobrar providências das autoridades, preservando a integridade física e garantindo o trabalho dos profissionais de imprensa.