Maria Valéria afirmou que a Flica é um modelo de evento que deveria se multiplicar. “O escritor não é trazido para ficar inacessível em cima de um palco, cercado de pessoas que o levam para cá e para lá e não consegue chegar perto do público. Eu, que sou meio cega, quando me botam com um enorme holofote na frente e um público lá embaixo, eu fico falando com a escuridão, é horrível. E nós, escritores, precisamos de gente para nos inspirar e ter energia para escrever. Este tipo de encontro, que depois a gente anda na rua, é isso que tem que fazer, levar os momentos de convivência literária para o maior número de lugares possíveis e a Flica indica esse caminho”.
Franklin Carvalho elogiou o evento, do qual já participou de outras edições. “Eu gosto muito de Cachoeira porque é uma cidade com vocação para as artes. Já participei de outras Flicas e o público está sempre com vontade de aprender mais. Temos hoje professores, estudantes e foi fantástica essa química. É uma fórmula que deu muito certo e a maneira como as pessoas reagiram às nossas palestras, se emocionaram, é um encontro completo”.
Ana Carolina Santana, 17 anos, faz o segundo ano de mineração, no Instituto Federal da Bahia em Jacobina (Ifba/Jacobina) e foi com professores e colegas para a Flica. “É uma experiência incrível por eu me sentir mais próxima da história e da cultura deste lugar. Assistimos algumas mesas que falam da independência, a história da ponte, é uma experiência que a gente leva para o resto da vida”.
Jainara dos Santos Silva, 17 anos, é de Castro Alves e também assistiu às mesas com os autores. “A leitura é muito importante para nosso desenvolvimento. Esta é a minha primeira vez na Flica, está sendo muito produtivo, estou adquirindo muitos conhecimentos, principalmente porque estou cursando o terceiro ano, então enriquece mais o meu conhecimento”.
Marcelo dos Santos Figueiredo é estudante de história em Bom Jesus da Lapa. Ele participou de uma oficina de acessibilidade na Casa Educar para Transformar. “É é a segunda vez que eu participo da Flica, fui finalista dos projetos estruturantes da Secretaria da Educação do Estado com poesia”.
Palavra de homenageado
O escritor homenageado pela Flica 2017, Rui Espinheira Filho, disse que a feira é um evento importantíssimo que ele acompanha desde o início. “Eu me sinto muito honrado porque é um dos mais importantes movimentos culturais do Brasil. É uma maravilha os jovens terem livros a preços populares, pois a grande coisa é o contato com a literatura. Se o jovem tem contato com a literatura e tem vocação para a leitura, ninguém segura. Na Flica o que eu mais gosto é a espontaneidade, o público variadíssimo, de crianças a pessoas da minha idade ou mais. O clima é muito bom, de alegria, como a literatura merece. A literatura é isso, uma festa da vida”.