País está em último lugar quanto a atuação de mulheres em cargos executivos no continente americano
O Brasil está na 161ª posição de um ranking de 186 países sobre a representatividade feminina no Poder Executivo, atrás de todos os outros países do continente americano.
Em primeiro lugar, no levantamento deste ano, realizado pelo Projeto Mulheres Inspiradoras, que analisou a evolução histórica da participação feminina no poder Executivo de 1940 até hoje, está a Nova Zelândia, seguida do Chile e Reino Unido, que tem a rainha Elizabeth II no reinado desde 1952, além de Theresa May como primeira-ministra.
Em viagens pelo interior da Bahia, a pré-candidata a deputada federal pelo Avante, Maria Quitéria tem conversado com a população e apontado a necessidade da inserção da mulher na vida política do país. “Tenho viajado Bahia à fora pregando a importância da mulher na vida pública. Sou prova de que a mulher tem condições de assumir cargos de liderança, inclusive na política”, disse Quitéria.
A pesquisa ainda apontou, por exemplo, que dos 186 países ranqueados, somente 17 têm mulheres como chefes de governo atualmente. Isso significa que hoje, cerca de 92% da população mundial é governada por homens.
“No Brasil, além da população, os partidos também precisam se preocupar com os números desse ranking. Nós temos que liderar as executivas dos partidos também”, afirmou Quitéria ao lembrar da dificuldade enfrentada nas eleições de 2008 e 2012, quando concorreu, entre homens, e conseguiu ser eleita prefeita do município de Cardeal da Silva duas vezes. Neste mesmo período, Maria Quitéria também enfrentou a eleição para presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), em 2010, quando conseguiu se tornar a primeira mulher a presidir a UPB.
Mas, infelizmente, nem todas conseguem. Os números das últimas eleições (2016), provam a falta de atenção dos partidos à desigualdade de gênero na política. Cerca de 68% das cidades brasileiras sequer tiveram uma candidata à Prefeitura. O reflexo disso é que hoje, a cada dez municípios, somente um é administrado por uma mulher.
No ranking por região, o nordeste é a que mais tem presença feminina no poder executivo: 16%, quatro pontos percentuais acima da média nacional. O Rio Grande do Norte é o Estado brasileiro que mais tem mulheres prefeitas.
“Embora nossa região tenha mais presença feminina no poder executivo, somente 16% não é o suficiente em um país como o nosso onde gritos femininos clamam por igualdade de gênero”, concluiu Quitéria.
Até o momento, entre os pré-candidatos à presidência que já manifestaram suas candidaturas, há apenas duas mulheres, Marina Silva (Rede) e Manuela D’Ávila (PCdoB).
O Projeto Mulheres Inspiradoras, atua pela participação feminina nos espaços de poder. Para chegar às conclusões, foram cruzados dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ONU e Banco Mundial.