A liminar concedida pela Justiça Federal de Brasília que reduz as ações do serviço de enfermagem em todo o Brasil prejudicou as atividades da campanha Outubro Rosa em Feira de Santana.

 

A ordem judicial foi requerida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em Brasília e devido a essa decisão a Campanha Outubro Rosa da Fundação Hospitalar através do Centro Municipal de Prevenção ao Câncer (CMPC) deixará de atender mais de mil mulheres. A presidente da Fundação Hospitalar Gilberte Lucas lamentou a decisão da liminar e disse que procedimentos que eram feitos pelos enfermeiros como a coleta do preventivo e resultados que já eram encaminhados para os médicos especialistas, não serão mais realizados.

 

“O CMPC nessas campanhas principalmente do Outubro Rosa, a gente tinha duas referências. Da prevenção do câncer de mama e também do câncer do colo do útero. A gente tem uma equipe técnica na unidade, enfermeiras que foram capacitadas que fazem essa coleta do exame que a gente chama de preventivo e papanicolau. No primeiro momento fazíamos uma média de 60 a 100 coletas em mulheres e a leitura das lâminas dessa coleta posteriormente era feita pelo profissional médico. Os resultados positivos já eram direcionados para consultas com o ginecologista juntamente com outros procedimentos como a biopsia e outros exames necessários, como ultrasson transvaginal. Então todos esses exames já erm uma referência da unidade. O ano passado foram detectadas 43 mulheres com o câncer do colo do útero que foram encaminhadas para tratamento. Então há um prejuízo porque todo o atendimento inicial era feito pelo enfermeiro. A partir de agora a consulta será agendada via central de regulação com o especialista , com o ginecologista”, salientou.

 

Para Gilberte, o prejuízo da liminar em relação ao trabalho dos enfermeiros acontece principalmente no que se refere a atenção básica. O atendimento primário e exames iniciais. Não será mais possível o enfermeiro fazer a triagem do paciente e consequentemente isso vai aumentar a demanda nos atendimentos.

 

“Existe uma demanda grande no Brasil. Existe a portaria do Ministério da Saúde da atenção básica e essa liminar foi contra essa decisão do Ministério da Saúde que dá subsidio ao enfermeiro para realizar esses procedimentos iniciais. Há grande importância tanto no papel do enfermeiro, como no profissional médico. Tem que se trabalhar com uma equipe e não um entrando na área do outro tirando a questão da especialização. Existem situações na atenção básica que sofrerão prejuízos e este quadro vai refletir nas emergências”, finalizou.

Ney Silva e Rachel Pinto/Acorda Ciade