Crise é a mais grave desde a posse do presidente brasileiro; China só encerra o caso quando Eduardo Bolsonaro pedir desculpas “por sua provocação flagrante”
Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro tentou resolver imbróglio diplomático entre Brasil e China como uma briga de vizinhos, onde o pai tenta pedir desculpas pelos atos cometidos pelo filho mais novo, quando na verdade a questão é muito mais profunda e pode ter um impacto desastroso para o país.
Depois que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi condescendente com as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o presidente Jair Bolsonaro tentou falar com o presidente chinês, Xi Jinping, para resolver a questão. Porém, a tentativa não deu certo, e Jinping se recusou a atende-lo.
O conflito diplomático causado por Eduardo Bolsonaro é o mais grave entre as relações bilaterais desde a posse de Bolsonaro – por conta do peso chinês nesse relacionamento, o presidente brasileiro se rendeu ao pragmatismo após uma campanha eleitoral marcada pelas críticas aos chineses.
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, já pediram desculpas, assim como a Confederação Nacional da Agricultura e a Frente Parlamentar da Agricultura soltaram notas em desagravo.
Em artigo publicado no jornal Valor Econômico, a jornalista Maria Cristina Fernandes explica que o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, tem senioridade suficiente no corpo diplomático do país para agir como porta-voz do governo na questão, e conseguiu seu objetivo.
Eduardo Bolsonaro ficou isolado e se recusa a pedir desculpas por considerar que não teve intenção em ofender “o povo chinês”. Contudo, são as suas desculpas a chave para encerrar a questão.