Segundo o vice-presidente, a subida de 9,5% no desmatamento da Amazônia em relação ao ano passado está dentro da “expectativa” do governo federal, que era de 20%.

O vice-presidente Hamilton Mourão comentou nesta terça-feira (1) o aumento do desmatamento na Amazônia divulgado nesta segunda (30), que apontou para uma escalada de 9,5% em relação a 2019.

“Vamos dizer o seguinte: foi menos pior. Essa é a realidade. Podia ser pior ainda. […] A expectativa que nós tínhamos, inclusive já tinha até sido publicada, é que ia dar 20% acima do ano passado, então, deu 9,5%”, disse o vice-presidente a jornalistas ao chegar ao Palácio do Planalto, conforme noticia o G1.

A devastação da floresta entre agosto do ano passado e julho deste ano atingiu 11.088 km² – uma hora que corresponde a sete vezes a da cidade de São Paulo. Nos 12 meses anteriores, a área devastada foi de 10.129 km². Mourão, no entanto, minimiza os números.

“Qual é o estado final desejado? É que só haja o desmatamento dentro da legislação, aquele que são os 20% de cada propriedade, que não ocorra nada em unidade de conservação, que não ocorra nada em terra indígena e que não ocorra nada em terra pública”, afirmou.

Queimada na Amazônia perto da BR-163 no Pará
© AP PHOTO / LEO CORREA Queimada na Amazônia perto da BR-163 no Pará

Apesar do desmatamento estar dentro da “expectativa”, conforme dito por Mourão, o Observatório do Clima destaca um número alarmante. Segundo a entidade, levando-se em conta a média dos dez anos anteriores à posse de Jair Bolsonaro, o desmatamento cresceu 70%: de 2009 a 2018, a média apurada pelo INPE foi de 6.500 km² por ano.

As altas seguidas também colocam em xeque outra meta brasileira. Assumida junto ao Acordo de Paris, em 2015, o Brasil fez a promessa de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

 

Fonte: Sputnik Brasil