(Crédito: Carolina Antunes/PR)
Até quando a Cultura vai resistir?
“Censura, intimidações, asfixia orçamentária, calúnias e injúrias constituem há um ano o repertorio de ações de um poder que faz abertamente apologia à ignorância”, lançam Anaïs Fléchet, da Universidade Paris-Saclay, Juliette Dumont, do Instituto de Altos Estudos da América Latina, e Silvia Capanema, da Universidade Paris 8.
Elas citam como exemplo “a tentativa de censura” do Porta dos Fundos e o “desmantelamento” da Fundação Casa Rui Barbosa.
“Se engana quem pensa que isso é apenas uma manifestação dos excessos do ‘Trump Tropical’ ou dos membros de seu governo. Trata-se de uma verdadeira cruzada lançada por Bolsonaro e seus apoiadores”, prosseguem, lembrando a suposta luta contra o que os bolsonaristas chamam de “marxismo cultural”.
Essa “ofensiva ideológica” começou, segundo elas, com a extinção do Ministério da Cultura. Posteriormente, a “guerra cultural” avançou com cortes orçamentários drásticos “em nome de uma ortodoxia neoliberal”.
As historiadoras apontam que o governo tem como alvo, entre outros, o cinema nacional, apesar do sucesso de filmes como Bacurau e A Vida Invisível.
Apesar disso, ponderam as especialistas, “a cultura brasileira resiste”.
“Nesses tempos de crise e de recuo da democracia, a criação impressiona por sua vitalidade e seu poder de transgressão”. Prova disso, apontam, é a indicação do filme Democracia em Vertigem para o Oscar de melhor documentário.
Mas o artigo termina com uma pergunta: até quando essa resistência vai aguentar?
Conversa Afiada
Com informações da Rádio França Internacional