Bahia: a terra mãe do Brasil de mãos dadas contra o COVID-19

Eduardo Tito*

“Somos ondas do mesmo mar, folhas da mesma árvore, flores do mesmo jardim” com esta frase a empresa Xiaomi enviou dezenas de milhares de máscaras para o Departamento de Proteção Civil italiano para ajudar no combate ao COVID-19. A Itália atingiu a triste marca de 222 mil casos confirmados de contágio e mais de 31 mil mortes. Nesta quarta-feira, 13, o Brasil alcançou a 6ª posição mundial na lista dos países com o maior número de contaminados e mortes pelo novo coronavírus com o triste número de 179 mil casos confirmados e 12 mil mortes.

Mesmo com números alarmantes o governo federal na pessoa do presidente Bolsonaro, insiste em menosprezar o potencial de contágio e letalidade do novo coronavírus. A situação só não esta mais grave devido as ações dos governadores estaduais que se isolaram do discurso negacionista do presidente, e estão tentando combater com um sistema de saúde já fragilizado, o COVID-19.

Na Bahia o governador Rui Costa (PT) e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), deram as mãos para combater os avanços de contágio do vírus. Em tempos normais o governador Rui Costa que também é um possível candidato à presidência em 2022 pelo partido dos trabalhadores, e seu forte opositor, o prefeito da capital baiana e provável candidato a cadeira de governador da Bahia em 2022, ACM Neto, esqueceram as duras batalhas que travam constantemente pelo eleitorado baiano e caminham unidos no combate a pandemia causada pelo COVID-19.

O estado da Bahia registrou até quinta-feira, 14, com quase 7 mil casos confirmados de covid-19 e 262 óbitos em 194 municípios com registros de contaminação. A capital baiana, Salvador, já ultrapassou mais de 4 mil casos confirmados com 145 mortes. Em todo estado da Bahia, 643 profissionais da saúde foram confirmados para COVID-19.

Enquanto o presidente Bolsonaro não se entende com a forma correta do uso da máscara de proteção, nem com seu atual ministro da saúde, Nelson Teich, assim como fez com o ex-ministro da saúde, Henrique Mandetta, o governador Rui Costa e o prefeito ACM Neto estão se alinhando cada vez mais, mesmo com ações individualizadas para combater o avanço do contágio pelo vírus. O processo eleitoral de 2020 que vai eleger novos prefeitos e vereadores ainda é uma incerteza. A única certeza do momento é, que o vírus é real, com alta taxa de contágio e letalidade, e que humanidade precisa neste momento é de todos os esforços possíveis de petistas, democratas, comunistas e cia para salvar o maior número de vidas possíveis.

A única ação efetiva do presidente Bolsonaro é a insistência em atacar ferozmente o trabalho da imprensa, criticar os gestores estaduais e municipais, defender o isolamento vertical sem apresentar um planejamento para o mesmo, defender o uso abertamente do medicamento cloroquina mesmo quando a Organização Mundial da Saúde pede cautela no uso do medicamento, e, não apresenta ações efetivas de fato para combater a doença. Bolsonaro defende seu discurso negacionista do vírus para salvar a economia brasileira de um colapso. O que Bolsonaro não entende é que, com a economia mundial a beira do colapso, a economia brasileira com ou sem COVID-19 entra em colapso. A economia brasileira é totalmente dependente do cenário internacional. E o cenário internacional está focado em combater o vírus e em segundo plano salvar a economia.

Se o brasileiro precisava de alguma prova para crer que políticos de todas as ideologias poderiam se unir pelo bem do povo, a união do governador Rui Costa e do prefeito ACN Neto provaram que este sonho pode ser realidade. Rui e Neto como dois bons baianos, caminham pelos corredores dos seus gabinetes refletindo “Salvador, Bahia, território africano baiano sou eu, é você, somos nós uma voz, um tambor”, preocupados com a situação econômica do estado da Bahia e da capital baiana, mas acima de tudo, preocupados com a crítica situação da saúde pública dos cidadãos devido a pandemia do novo coronavírus. Preocupados em salvar o maior número de vidas para depois, com o apoio dessas vidas, recuperar a economia baiana. Que o presidente Bolsonaro aprenda a lição mesmo demonstrando ser um péssimo aluno!

Brevemente podemos dizer “pense que beleza a Bahia tem bons precedentes”

*Eduardo Tito é jornalista