A preocupação genuína com o meio ambiente desde a juventude, fez com que o geólogo, ambientalista e empresário “baiúcho” Hári Hartmann, ao lado da sua esposa e sócia Imelda Hartmann, criasse há 24 anos um negócio pautado na sustentabilidade no mercado da indústria têxtil em Salvador:  a Polo Salvador (marca mais recente). A empresa, que produz camisas polo para fardamentos corporativos e uso casual, aplica mais de 40 ações sustentáveis dos processos fabris aos produtos finais.

“Contamos com um sistema para captação de água da chuva e dos equipamentos de ar condicionado (ao todo são 9). Toda a água que vai sendo acumulada é reutilizada, por exemplo, nas descargas dos banheiros e para regar os diversos tipos de plantas que ficam na estrutura carinhosamente chamada de “parede verde”, instalada na entrada da fábrica. Já para gastar menos, contamos com o sistema de bombeamento de água automático e as torneiras ¾ voltas (que fecham automaticamente)”, explica Hari.

Além das diversas ações para a economia de água, a Polo também se destaca quando o assunto é energia. Em 2014 foram iniciados os investimentos em eficiência energética em todas as instalações da fábrica e da loja, que ficam localizadas no Condomínio Bahia Têxtil, no bairro do Uruguai. Desde a conclusão do processo e utilização das mais de 100 placas solares, até este ano mais de R$200.000,00 foram economizados em consumo até agora e os custos com energia elétrica são correspondentes à taxa mínima da Coelba, no valor de R$80,00. Inclusive, no último mês de abril,  a empresa verde renovou a certificação por autossuficiência energética, a “GBC Zero Energy”, concedida pela Green Building Council Brasil (GBC), ONG conceituada e com atuação em diversos países que tem como principal objetivo fomentar a indústria de construção sustentável no Brasil.

No que tange a economia circular, a logística reversa e a destinação dos resíduos sólidos para cooperativas estão entre as prioridades. Na empresa, as camisas polo velhas valem desconto de 5% na compra de peças novas, desde que tenham sido compradas na loja que fica na própria fábrica. Todas as camisas recolhidas são transformadas em retalhos e doadas para a creche escola Fonte de Luz, de São Cristóvão, onde são produzidos fuxicos, colchas, almofadas e até estopas que são comercializados e garantem boa parte do sustento da instituição. Como no processo de produção também há sobras de tecido, as doações chegam à média de 800 kg por mês.

“Os resíduos sólidos como papelão, são destinados a parceiros como a Cooperativa de Coleta Seletiva, Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (CAMAPET), coletivo de catadores de lixo e reciclagem localizado na região da Cidade Baixa. Tudo aqui é reaproveitado ou transformado em um novo produto para retornar ao mercado. Somos lixo zero”, completa o diretor da Polo Salvador.

 

Os produtos

As camisas polo fabricadas para fardamentos de grandes corporações e também, embora em menor escala, para o consumidor final, são feitas de materiais que incluem o uso de garrafas PET recicladas, no caso das linhas ecológicas. Há também a camisa 100% algodão orgânico, livre de agrotóxicos ou pesticidas; a “Camisa Polo Carbono Zero”, concedida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), devido à compensação da produção do gás carbônico (CO2) que é lançado ao meio ambiente durante a produção e a “Camisa Polo Biodegradável”, resultado da união do fio de algodão à poliamida biodegradável homologada pela internacional Rhodia.

Apesar de muitas, as ações não param por aí. Em breve, a empresa iniciará um novo processo de certificação que envolve os 3 pilares da sustentabilidade e deve sair ainda em 2021.