“Hoje, não vemos um grande perigo nas fronteiras […] Não vemos nenhuma ameaça aberta de agressão por parte da Federação da Rússia […] Não é de maneira nenhuma necessário impor a lei marcial e […] assustar a sociedade”, observou Danilov.
“Essa dinâmica acontece independente do partido que esteja sentando na cadeira da presidência, a diferença é que o republicano ele é pontual e vai direto naquilo que lhe é essencial agindo unilateralmente […] os democratas tendem a agir multilateralmente, mas colocando todos a reboque dos seus interesses”, elucida o especialista.
“O movimento de tropas russas que [supostamente] foi feito, faz parte de exercícios militares nas fronteiras que são comuns […] e independente do Ocidente achar que não há perigo, é perigoso sim para segurança nacional ter avanço de tropas da OTAN em direção à fronteira com a Rússia, e pela minha perspectiva, é até algo irresponsável, porque não podemos colocar adversários militares fazendo fronteira quente, imediata uns com os outros, é preciso uma cortina”, analisa Suano.
Sanções são uma aposta arriscada
Por trás dos embargos ao Nord Stream 2
“É importante o fornecimento de gás para Alemanha pela segunda rota. Houve o problema do licenciamento, depois houve o problema da autorização, há quem diga que não há ganhos econômicos, mas tudo isso está dentro do debate para tentar convencer a Rússia a manter o fornecimento de acordo com o que os europeus querem, ceder em relação à Ucrânia e aceitar o avanço da OTAN.”
Alerta para qualquer movimento ‘inadequado’ dos EUA
“Faz sentido sim, até mesmo por causa dessa desconexão entre as autoridades ocidentais que não estão corretamente articuladas. Além disso, continuam [os EUA e aliados] interpretando inadequadamente qual é o papel do Ocidente em relação à Rússia, eles ainda não equacionaram como incorporar Moscou em um sistema ocidental.”
“No entanto, esse investimento em segurança evidencia a falta de confiança entre as partes, e essas partes insistem em tencionar cada vez mais os relacionamentos. Se você tenciona o relacionamento, você precisa cada vez mais investir em segurança.”
Para que serve a OTAN?
“No entanto, quando a União Soviética acabou, ficou a pergunta: ‘Para que serve a OTAN’? E a OTAN fica em busca de uma destinação, um objetivo. […] Na minha visão, a OTAN poderia sim ser uma aliança para confrontar os inimigos da paz, e não um ou outro país em particular. E nesse sentido, deveria ter feito o que foi pedido pela Rússia, já que Moscou pediu para participar da aliança.”