Foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (31) uma operação da Polícia Federal (PF) contra uma organização criminosa  especializada em fraudar benefícios previdenciários na Bahia. Segundo a PF, a ação cumpre 26 mandados, sendo 11 de prisão temporária e 15 de busca e apreensão, em cidades como Salvador, Aratuípe, Vera Cruz e Nazaré.

Em coletiva realizada na sede da PF, em Salvador, o delegado Marcelo Andrade Siqueira, da Delegacia de Crimes Previdenciários, afirmou que a operação ocorreu a partir dos levantamentos da Inteligência, “quando verificamos que havia um grupo de benefícios com perfis suspeitos”. “Havia um recondicionamento das perícias médicas feito por um grupo de atravessadores que direcionava para que as perícias fossem em Nazaré. O que chamou a atenção é que as pessoas que não residiam na região de Nazaré também se deslocavam para lá”, relatou. Mais de R$ 100 mil foram apreendidos na casa dos suspeitos cujos nomes não foram divulgados.

De acordo com o delegado Luiz Gustavo, da Deleprev, “a cada ano, o benefício era renovado e mais 30% deste valor anual era depositado em favor de pessoas vinculadas à organização criminosa”. Um médico está envolvido nesta organização. “É possível que as investigações se estendam para outros profissionais”, afirmou o delegado. “O médico perito reconhecia uma patologia de natureza psiquiátrica, que não existia, e a dificuldade de se comprovar se a pessoa tinha ou não a patologia que foi o ‘x’ da questão”, explicou.

Intitulada Operação Pinel, a ação é feita junto com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

Segundo a PF, a fraude acontecia desde 2013. Os criminosos, com ajuda de servidores do INSS, manipulavam perícias médicas para ativar e/ou manter ativos benefícios previdenciários, em sua maioria da espécie auxílio-doença. O valor do prejuízo já supera os 11 milhões de reais, relacionados a cerca de 200 benefícios previdenciários com suspeita de fraude. Acredita-se que com o avanço das investigações esse valor deve aumentar. O perito médico teve o seu afastamento determinado pela Justiça Federal.

Da Redação NB/foto: Divulgação PF